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CRISE E JORNALISMO | Ali Kamel, diretor da Globo, concorrendo a Oscar, defende a imparcialidade da empresa

quinta-feira 25 de maio de 2017 | Edição do dia

A Globo se destacou pelo "furo" de Lauro Jardim com a delação da JBS. Pegando desprevenidos os comentaristas que não sabiam da decisão editorial da família Marinho em destituir Temer, não sabiam o que falar ao vivo. Depois veio a público editorial da empresa defendendo a renúncia de Temer para colocar no lugar outro timoneiro para as reformas que garantam que os trabalhadores labutem até morrer.

O jornalismo da empresa ao não questionar os audios ilegais de Joesley Batista foi colocado em questão por jornalistas de outros impérios jornalísticos na Folha e no Estado de São Paulo. Os tres grandes monopólios estão divergindo sobre a retirada imediata de Temer. Em um provável pós-Temer Estado e Globo convergem na defesa de eleições indiretas enquanto a Folha defende as diretas. Os três convergem na busca das reformas.

Sob ataque de Temer, da Folha, do Estado, a rede Globo saiu em sua auto-defesa através de artigo de Ali Kamel, diretor de jornalismo do conglomerado. Kamel é conhecido por frases mentirosas ou absurdas ditas com muita convicção, como em seu livro "Não Somos racistas" que nega a existência do mesmo no Brasil. Com toda essa ênfase de Goebbels tupiniquim, repetidor de mentiras até se tornarem verdade, argumenta que os telejornais tem aberto espaço ao contraditório e mostrado o "outro lado". Cita exemplos da defesa de Lula e de Aécio.

Sem adentar na tal imparcialidade, que poderia ter matérias cronometradas para mostrar sua falácia encobre a mais importante parcialidade da Globo. Seus interesses golpistas e de classe.

Para garantir governabilidade - e portanto - os ataques aos direitos dos trabalhadores a Globo está disposta a que Lula tenha minutos em seus telejornais. Agora mostrar manifestações, greves como tais isso não. Brasília ontem não parecia um ato de cem mil, parecia a ação de cinco gatos pingados. A greve geral de 28 de abril foi um ato de sindicalistas e não a maior paralisação do país em décadas e por aí vai em lista infinita.

O artigo de Kamel, digno de concorrer a novo Oscar do jornalismo pátrio tem uma outra importância mostra o nível em que a crise está chegando. No domingo o dono da Folha escreveu editorial para defender sua linha "Fica Temer", hoje é a vez do poderoso diretor de jornalismo. Os "generais" estão precisando voltar à pena. E batem cabeça como nunca.




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