×

ALCKMIN QUER MAIS ATAQUES | Alckmin defende que reforma da previdência ataque também servidores estaduais e municipais

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu como "essenciais" as reformas econômicas de Temer, mas reservou uma crítica à reforma da previdência: deveria atacar os servidores municipais e estaduais.

terça-feira 2 de maio de 2017 | Edição do dia

As declarações de Alckmin sobre as reformas de Temer foram feitas durante um evento da patronal dos supermercados, a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Falando, portanto, "entre os seus", Alckmin criticou a insuficiência da reforma trabalhista após as mudanças que sofreu para que Temer tente aprová-las mesmo com o imenso rechaço popular, tanto de seu governo, quanto dos ataques que quer promover.

"A reforma da Previdência está sendo colocada de forma equivocada", disse o governador tucano durante o evento. A principal crítica de Alckmin diz respeito à retirada, do texto, dos servidores municipais e estaduais. Em sua opinião, sem igualar as regras dos funcionários públicos às dos trabalhadores do setor privado, a reforma acaba preservando uma distorção do sistema que ele chamou de "Robin Hood às avessas", onde "o trabalhador de baixa renda, através de impostos indiretos, paga altos salários do setor público".

Com isso, Alckmin defende que a proposta não ataque somente aqueles vinculados ao INSS, mas que busque uma reforma no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), e que, ao atingir os servidores públicos, isso se dê nos três níveis - municipal, estadual e federal.

O recuo em relação aos servidores estaduais e municipais foi o primeiro de Temer, que, assim, passou para a os municípios e estados a tarefa de atacar seus servidores, como já vem sendo tentado pelo acordo de "ajuda" aos estados, com MG, RJ e RS, que exige o aumento da alíquota previdenciária dos servidores e congelamento de salários a serem votados em cada assembleia legislativa nos estados.

Já em relação à reforma trabalhista, Alckmin fez elogios e disse que o Senado não pode regredir na proposta aprovada pela Câmara. Para ele, é preciso "garantir" que a reforma seja aprovada no Senado e sancionada pelo presidente Michel Temer. Ele acredita que as mudanças poderão contribuir para uma menor judicialização dos conflitos trabalhistas. "É uma mudança cultural, do modelo estatutário, de cima para baixo, atrasado, para um modelo moderno, de relações contratuais, onde os atores têm papel decisivo", disse. "O Brasil tem 2% dos empregos no mundo e 50% do litígio judicial trabalhista", comparou. A "modernização", para Alckmin, Temer e a patronal, pretende acabar com qualquer conquista da legislação trabalhista deixando os patrões de mãos livres para retirar direitos.

Sobre a reforma tributária, ele a considerou necessária por classificar o sistema atual como um "pandemônio". "As alíquotas são totalmente díspares", afirmou, em referência ao ICMS cobrado para diferentes setores em diferentes Estados. "É preciso ter isonomia", disse.

Alckmin comentou também a recessão econômica e avaliou que "talvez não tenha sido tão bem divulgada a gravidade da crise que o País passou e está passando". Para o governador, o foco tem de ser a volta do crescimento.

Ele disse ainda que o grande desafio do mundo moderno é a criação de emprego e renda, lembrando que foram essas pautas que determinaram a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e a saída do Reino Unido da União Europeia.

O que Alckmin faz é repetir a cartilha que os patrões presentes no evento querem ouvir, e para a qual coloca seus representantes, como o governador paulista ou o presidente golpista, em seus respectivos lugares. Preservar lucros dos patrões e atacar direitos dos trabalhadores. Impostos? Só se for para os trabalhadores. Para as indústrias, milionárias isenções. O tucano, que segue tentando se cacifar para concorrer à presidência em 2018, tenta se mostrar para os patrões como o melhor representante de seus interesses.

Contato Marcar Noticia




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias