Guilherme de Almeida SoaresSão Paulo
terça-feira 29 de março de 2016 | 00:06
O governo Geraldo Alckmin, do PSDB, está sucateando o principal programa de alfabetização da rede estadual voltado para estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Além de cortar 50% do orçamento do projeto ’’Ler e Escrever’’ em 2016, a Secretária Estadual da Educação demitiu o grupo de especialistas que fazia formação de equipes no ultimo ano.
Num país onde 12% das crianças que chegam ao terceiro ano do ensino fundamental são reprovadas, mas também outras milhares que passam de ano carregando inúmeras dificuldades para ler e escrever, torna este mais novo corte na educação imposto pelo Geraldo Alckmin e a Secretária da Educação um verdadeiro crime. Isto mostra que o governador paulista tucano não tem nenhum interesse de oferecer uma educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora, pois para além de realizar este corte, o governador do Estado de São Paulo vem superlotando as salas de aula, cortando material básico das escolas como papel higiênico, giz, impressora e até merenda e também não chamou todos professores que passaram do concurso de 2013.
Para quem conhece a rede estadual de São Paulo, sabe que muitos jovens chegam até o ensino médio com dificuldades de escrita e leitura. Também sabemos que o governo do Estado de São Paulo, junto com a Secretária de Educação e as Diretorias de Ensino, enrolam para atender estes jovens que possuem estas dificuldades e ainda não são todos que são atendidos. Com este corte, o governo de Alckmin só vai aprofundar o analfabetismo dentro das escolas publicas estaduais.
O governo do PSDB de São Paulo fala que o motivo destes cortes são por conta da crise econômica que o país está passando, porém ao mesmo tempo que arranja desculpa aumenta o seu próprio salário e dos secretários, esconde o dinheiro desviado da corrupção da merenda e tem uma política consciente de favorecer os bancos e os grandes empresários. Por sua vez o governo de Dilma do PT também é responsável por esta tragédia na educação, pois também realizam cortes verba nesta área.
O discurso de que a educação esta precária por conta do atual momento do país torna uma falácia, pois antes mesmo da atual crise econômica capitalista que o país está passando os professores já eram mal pagos, já faltava estrutura adequada para as escolas para que os alunos consigam o mínimo que é ler e escrever. O motivo desta crise toda, que é um problema nacional, se deve porque os governos estão a serviço dos ricos. Se o governo de Alckmin ou Dilma quisessem realmente responder ao problema da alfabetização, não cortariam verba da educação, mas tiriam dos grandes empresários e banqueiros que estão lucrando com esta crise. Mas isso não estão nada dispostos a fazerem.
Para garantir uma educação de qualidade é preciso reduzir a quantidade de alunos para o ensino fundamental de 1o a 5o para 15 alunos, de 6o á 9o para 20 e para o ensino médio para 25 alunos, também precisamos de profissionais e estrutura para todos os alunos que precisarem de auxilio para ler e escrever e reduzir a jornada de trabalho docente sem reduzir o salário e aplicando o salário mínimo estabelecido pelo DIEESE como piso para a categoria. São estas medidas que ajudarão a garantir uma educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora.
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