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GREVE DOS PROFESSORES DE SP | Alckmin anuncia que pagará professores

quarta-feira 26 de agosto de 2015 | 19:24

Segundo a folha suplementar o pagamento acontecerá no próximo dia 31/08, quase dois meses depois da liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) ordenando o pagamento dos dias parados.

Mesmo com o pagamento anunciado ainda há motivos para o descontentamento dos professores. Com os demonstrativos de pagamento liberados no site da Fazenda para consultar valores o que se viu foi descontos absuvidos de imposto de renda, calculado sobre o valor total dos dois meses e não separadamente por cada um dos meses, prejudicando e muito os professores, que em alguns casos podem chegar a ter R$900 / R$1mil de desconto.

Além disso, não é segredo para ninguém que o governo do estado tem dificultado ao máximo a reposição dos dias parados pelos professores, que são impedidos de repor simplesmente ou que são obrigados a repor suas aulas no contraturno, prejudicando aqueles que acumulam cargos para compor a renda, e em outras escolas que não as suas. Fica claro que o interesse do governo não é que os professores consigam repor os dias parados o que abre espaço para haver novos descontos, já que a liminar do STF vincula dirantemente a reposição dos professores.

Já Apeoesp, sindicato da categoria, diz estar ciente dos problemas citados e anunciou que seus advogados já estão analisando formas juridicas de resolvê-los. Para Apeoesp só existe possibilidade de resposta judicialmente, totalmente por fora de mobilizar a categoria e colocar de pé uma verdadeira luta dos professores reais, que sentem os ataques de Geraldo Alckmin sozinhos em suas salas de aula.

A briga judicial entre o governo e Bebel, presidente da Apeoesp, promete ir longe já que no dia 12/08 o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) julgou a greve de 92 dias dos professores abusiva. De liminar em liminar e sentença em sentença, os professores se sentem no meio de um cabo de guerra sem prespectiva e devemos ter claro de quem é a responsabilidade.

Em primeiro lugar do governador Geraldo Alckmin, inimigo dos trabalhadores e sobretudo dos professores e da educação, que a anos vem atacando os professores com fechamento de salas de aula, divisão dos professores em categorias, a falácia do maior concurso público da história da educação de São Paulo, arrocho nos sálarios e péssimas condições de trabalho para os professores e de aprendizagem para os alunos. Não é do interesse do senhor governador uma educação pública de qualidade, e por isso os professores sofrem a anos com ataques atrás de ataques. O não pagamento dos dias parados, a dificuldade em repor os dias da greve e agora o desconto abusivo do imposto de renda é só mais uma face de um mesmo monstro.

Em segundo lugar a responsabilidade cai sobre a direção majoritaria da Apeoesp (PT e PCdoB), que não preparou os professores para a entrada na greve, os lançando sem dar o minimo respaldo para que chegassem a uma vitória, por exemplo não ter organizado um fundo de greve e não ter dado espaço para os professores dirigirem sua luta, e muito menos preparou o terreno para que os professores saíssem da greve de forma organizada e com garantias de que poderiam repor suas aulas, sem que o desgastante embate judicial tivesse que ocorrer.

Por isso é necessário reorganizar a luta dos professores e da educação para barrar os ataques que vieram e que virão. As oposições da Apeoesp, precisam ser verdadeira alternativa para os professores, o que não foi durante toda a greve, construindo um pólo de esquerda, antigovernista e que dê sustentação para que os professores reais da base possam confiar e dirigir sua luta. Chamando plenárias regionais e uma plenária geral das oposições para se discutir um plano de luta e mobilizações que possam fazer Geraldo Alckmin recuar e que fortifique a luta contra burocracia parasita da Apeoesp que barra qualquer possibilidade de organização dos professores.




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