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AUMENTO DA TARIFA | Alckmin em São Paulo aprova reajustes nos transportes, mascarados e acima da inflação

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu reajustar em até 7,1% o preço das passagens de ônibus em 571 linhas operadas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) em São Paulo. Além disso, também instituiu a cobrança de tarifa de integração de R$ 1,00 nos terminais Diadema, Piraporinha, São Mateus, da EMTU, e de R$ 1,12 nos terminais Capão Redondo e Campo Limpo, do Metrô. As medidas entram em vigor a partir do próximo domingo, 8.

quinta-feira 5 de janeiro de 2017 | Edição do dia

O presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 5, que a tarifa para acessar os terminais é para "equilibrar os contratos" com a concessionária. Ele concedeu entrevista no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Presente no local, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não respondeu sobre o assunto.

"Em 2012, nós transferimos para o concessionário algumas obrigações adicionais, por exemplo, a manutenção da rede área dos 33 quilômetros de corredor", disse. "É uma despesa anual de R$ 17 milhões, agora estamos reequilibrando."
Inflação e variação de preço dos insumos, como mão-de-obra e combustível, foram os motivos apontados por Silva Júnior para justificar o reajuste nas tarifas da EMTU, que faz parte do sistema estadual. Contudo o mesmo não abriu claramente as contas da empresa para mostrar que muito alem de um "mero repasse" como quer passar, na realidade quer aumentar os lucros da empresa.

O governador e as prefeituras das cidades onde as tarifas aumentaram fazem um discurso demagógico sobre a necessidade dos reajustes, dizendo que é preciso se adequar aos novos gastos, ou ainda manobram e mascaram esse reajuste, como é o caso do prefeito da cidade de São Paulo, João Dória (PSDB), que junto ao governador decidiu não aumentar diretamente o preço da tarifa, mas aumentou os preços dos bilhetes temporais e o valor da integração de ônibus/metrô.

O que parece não ser levado em conta é justamente que os trabalhadores em sua maioria não estão tendo os seus salários reajustados conforme a inflação e a variação de preço dos alimentos, do transporte e dos produtos e serviços básicos. Sequer o salário mínimo foi reajustado conforme a inflação, significando um aumento de apenas 6,48% sobre os R$ 880 de 2016.

Ao mesmo tempo, nenhuma melhoria no sistema público de transporte tem sido observada, e somado aos casos de não contratação de mais funcionários nas estações de metrô, por exemplo, a situação só piora, com casos de funcionários exercendo funções de outros cargos, trabalhando por dois ou três para suprir a falta de outros funcionários e chegando a casos extremos, como pudemos ver em dezembro do ano passado, com um brutal assassinato de um trabalhador dentro da estação de metrô da linha 3- vermelha na noite de Natal, o que poderia ter sido evitado se houvesse contratação de funcionários e seguranças e acordo com as necessidades e as estações não ficassem largadas às moscas.
Dória e Alckmin seguem de mãos dadas no projeto de precarizar cada vez mais a vida dos trabalhadores e dos estudantes que dependem todos os dias do sistema público de transporte.

Estudantes e a juventude trabalhadora saíram às ruas em junho de 2013 contra esse mesmo absurdo, levantando bandeiras em que, entre elas, se encontrava a luta contra a precariedade dos serviços públicos, contra a tarifa e foi possível arrancar uma primeira vitória, o que todos diziam ser impossível num primeiro momento. Não serão concedidos direitos ou quaisquer melhorias por fora de uma forte mobilização. É preciso que retomemos esse espírito de 2013 e façamos Dória e Alckmin engolir um novo junho, mostrando que nós não pagaremos por esse aumento e por essa crise.




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