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SÃO PAULO | Alagamentos na zona leste demonstram descaso dos governos

Bruno PortelaSão Paulo

sexta-feira 20 de fevereiro de 2015 | 19:18

Mais uma vez os moradores da Vila Itaim, Jardim Romano e região (extremo da Zona Leste da capital de SP) sofrem com a “tragédia anunciada” dos alagamentos. Desta vez o alagamento já está em seu segundo dia, sem dar sinal da água baixar, inclusive porque continua chovendo. Alguns moradores se acidentaram e outros tantos já tiveram suas casas invadidas pela água chegando a quase 1 metro de altura, perdendo muitos objetos, como móveis e etc.

Essa região fica próxima às margens do Rio Tietê, e nos últimos anos teve diversos alagamentos em escalas menores, mas o que preocupa a população é que se repita o episódio da enchente de 2009, que durou 3 meses – a água não baixou mesmo depois de vários dias sem chuva, fazendo os moradores passarem as festas de fim de ano embaixo d’água.

A enchente de 2009 é emblemática porque além de ter durado muito tempo por conta do descaso das autoridades, ainda foi motivada por uma decisão política dos administradores das comportas do rio junto com o então prefeito da época, Gilberto Kassab. Para evitar que alagassem algumas vias importantes, as autoridades decidiram fechar algumas comportas do rio, o que ocasionou na subida da água nessa região. Na época vários coletivos e associações denunciavam essa decisão criminosa, denunciando que a remoção das famílias do local ajudaria a avançar nos planos de obras que o estado tem pra região e que no entanto, os moradores resistem contra.

Após o alagamento de 2009, as autoridades municipais e estaduais prometeram uma série de obras públicas que viriam no sentido de evitar que tragédias como aquelas acontecessem novamente, no entanto, o descaso com a população, em sua maioria trabalhadores e trabalhadoras que moram em uma região pobre e periférica de SP, continuou durante esses anos com simplesmente nenhuma obra nem sequer ter sido começada, e culmina em novos alagamentos como os que estamos vendo hoje.

A indignação aumenta quando se pensa que essa região já é atingida pelo racionamento de água há bastante tempo, e agora, os mesmos moradores que sofrem com a falta de água têm que lidar com água suja invadindo suas casas, num verdadeiro esgoto a céu aberto.

Com a notícia aparecendo nos principais jornais do estado e do país, os governantes ficam num vergonhoso jogo de “passar a culpa” um para o outro enquanto quem está sofrendo com as enchentes não recebe nenhum apoio real dos governos. Se dessa vez o alagamento é fruto de uma decisão política, ainda não sabemos – mas vamos saber – mas o que fica claro é que esse alagamento poderia ter sido evitado se as obras prometidas tivessem sido feitas.

É fundamental que as autoridades preparem um plano emergencial junto aos sindicatos, associações de bairro e aos moradores para dar suporte aos moradores atingidos bem como um plano para lidar com essa situação em geral com medidas para evitar que essa tragédia se aprofunde.




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