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OCUPAÇÃO EM CAXIAS | Agressor de estudantes ganha capa de jornal ligado à Globo no RS

terça-feira 31 de maio de 2016 | Edição do dia

O Colégio Apolinário foi o primeiro a aderir à onda de ocupações em Caxias do Sul na Serra Gaúcha. Os alunos denunciam há mais de duas semanas as condições precárias às quais estão submetidos em uma escola infestada de ratos. Não é metáfora, a escola está realmente infestada de ratos, colocando todos seus alunos em sérios riscos de contrair doenças. Além de toda a precarização que ameaça a educação no RS com o PL 44 da privatização em curso, falta de recursos para a merenda, para funcionários e produtos de limpeza são denúncias desses adolescentes que despertaram para a luta. Em Caxias do Sul são 4 escolas ocupadas e uma em curso de ocupação. As ocupações inicialmente receberam forte apoio e solidariedade por parte dos pais, professores e comunidade.

Entretanto, existe um ascenso de ódio às ocupações por grupos que não compreendem o contexto e a necessidade de ocupar para exigir melhoras efetivas de um governo que há anos e, passadas diversas gestões, só enrola e nem sequer negocia por melhorias nas escolas. Com Sartori as coisas se intensificaram ainda mais porque nem diálogo esse governo se propõe. A segurança desses corajosos estudantes, que levantam a bandeira da educação pública de qualidade, está comprometida, e, sem negociar, o governo está assumindo para si a responsabilidade daquilo que possa ocorrer com esses jovens.

Na manhã de segunda-feira, dia 30/5, um homem forçou a entrada na ocupação da escola Apolinário e com um pé de cabra e uma corrente, que tirou do portão da escola, agrediu violentamente professores e estudantes. Uma das vítimas gravou em seu celular mesmo com o homem ameaçando quebrar seu aparelho. Veja o video aqui.

No dia seguinte, 31/5, um jornal de grande circulação da cidade, filiado ao grupo RBS, o Pioneiro, dedica sua capa ao agressor e duas páginas de matéria dando voz ao agressor que, arrependido, tentou explicar seu ato extremo. É repulsivo pensar que as vítimas foram praticamente caladas e suas causas e argumentos pouco ouvidos enquanto que o criminoso foi praticamente inocentado pelo jornal que se diz imparcial.

Os alunos de ocupação são marginalizados, taxados de baderneiros e criminosos pela grande mídia. Entretanto seus cartazes e suas atitudes expressam a luta por uma escola pública e de qualidade onde a gestão democrática funcione de fato e não apenas no papel. Sua luta pacífica tem dado exemplo de organização e respeito pelo ambiente escolar. Inclusive criaram atividades para receber crianças do Ensino Fundamental para os pais que não tem com que deixar os filhos, como no caso da ocupação do Instituto Cristóvão de Mendoza. Muito pelo contrário, os movimentos contrários às ocupações que tem surgido nas redes sociais só expressam ódio. Em outros estados os desocupadores causaram depredações e violência. No RS o governo terceiriza a repressão, e o pior, veículos da mídia tradicional avalizam a violência.




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