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segunda-feira 7 de novembro de 2016 | Edição do dia

Neste dia 8 de novembro será definido o novo presidente dos Estados Unidos. Depois de uma conturbada campanha eleitoral, em que se desenvolveu uma profunda polarização social fundada no repúdio do bipartidarismo tradicional e na separação do eleitorado frente aos partidos Republicano e Democrata, quem quer que vença se enfrentará a uma enorme crise política e geopolítica, a 8 anos da crise econômica. Ambos os candidatos, Hillary Clinton e Donald Trump, são repudiados amplamente pela sociedade norteamericana. Segundo pesquisa, 80% da população está insatisfeita com a disputa entre ambos.

Estes elementos de crise orgânica chacoalharam o país, em meio aos escândalos misóginos e racistas de Trump, e aos vazamentos de informações sobre a utilização ilegal de emails para a política neoconservadora da também direitista Hillary, envolvida na corrupção da Fundação Clinton.

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Os latinos se fizeram sentir: vantagem para Clinton?

No fim de semana antes da eleição se registrou uma importante participação na "votação antecipada", um método usado entre aqueles que não podem votar na terça-feira. Sentiu-se o peso latino, especialmente em Nevada e Flórida, dois estados-chave.

A votação antecipada é uma alternativa para aqueles que não poderão votar no dia da eleição, que é tradicionalmente realizada às terças-feiras. Não é por acaso que a votação antecipada tem crescido nos últimos anos, uma vez que para muitos trabalhadores representa uma oportunidade de participar da eleição.

O voto latino está recebendo muita atenção da mídia e ambas as campanhas, porque representa um dos blocos eleitorais que mais tem crescido.

Além disso, para os democratas pode representar uma das poucas vantagens para ampliar a diferença com Trump. A comunidade latina é a chave para o setor do Partido Democrata: na última eleição de 2012, 71% dos latinos votaram em Obama e 27% em Mitt Romney (Pew Hispanic Center).

Apesar de serem uma minoria da população e não costumarem ter uma taxa tão alta de presença como outros blocos demográficos, os latinos poderiam desempenhar o papel que teve a comunidade negra na eleição de Barack Obama em 2008.

Em todo o país, já votaram cerca de 30 milhões de pessoas (nem todos os estados permitem esta modalidade).

Forte presença latina em estados-chave

Na Florida já se apresentaram para votar 596,146 (CNN) latinos, que representam 14,1% da "votação antecipada". Este número é superior ao da eleição presidencial de 2008, quando apareceram para votar antes do dia da eleição 260,263 latinos (9,6% da votação antecipada).

E se a tendência de apoio aos democratas entre a comunidade latina é mantida, isto permitiria a Clinton sonhar com uma vitória na Flórida. Entre as eleições de 2008 e 2012, o apoio a Obama cresceu entre os latinos: se em 2008 os latinos votaram em Obama em uma proporção de 57% vs. 42% para o republicano McCain, em 2012 o percentual subiu para 60% vs. 39% do republicano Romney.

Clinton não é Obama, e não desperta um entusiasmo semelhante, mas conta com o medo de que Trump ganhe que tem mobilizado a comunidade latina.

Em Nevada, onde pesquisas em média dão uma vitória apertada para Trump, o registro de votantes não inclui informação demográfica, mas alguns dados indicam uma significativa participação latina.

Neste estado, a votação antecipada representa uma parte importante do padrão. Em 2012, 70% dos registrados votaram de forma antecipada. Se a equação 2012 se mantiver, grande parte da vantagem dos democratas deve estar na votação antecipada.

De acordo com a CNN, em Nevada os democratas registrados superam por 29 mil votos os republicanos registrados em votação antecipada. A diferença aumenta em municípios latinos, como Clark (incluindo Las Vegas), onde 30% é latino. Lá, os democratas registrados superam em 72 mil os republicanos.

Um estudo recente realizado pelo Grupo Tarrance/ Bendixen/ Amandi mostrou que 72% dos latinos registrados para votar em Nevada votaria em Clinton, enquanto 19% votaria em Trump.

Na Geórgia, a votação antecipada entre os latinos cresceu mais de 100%. 31.623 já votaram (CNN), em comparação com 12.933 em 2012.

Na Carolina do Norte já votaram 37,591 latinos (CNN), cerca de 2% dos votantes antecipados. Este montante já ultrapassa os 21.474 que tinham votado antes do dia da eleição em 2012. Embora este número de eleitores pareça baixo em relação ao aumento significativo na votação antecipada registrada na Flórida, tenhamos em mente que em estados como Carolina do Norte a diferença entre os dois candidatos está dentro da margem de erro, inferior a 2%, de modo que mais votos latinos podem favorecer Clinton.

O medo de Trump se confirma como o motor do voto latino. A campanha xenófoba e racista do magnata pode se tornar a grande vantagem de Clinton, que continua a angariar mais votos para frear o republicano do que a favor de sua campanha.




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