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OCUPAÇÃO DAS ESCOLAS | Acabou o amor, SP vai virar o Chile!

quinta-feira 12 de novembro de 2015 | 12:07

O ano de 2011 ficou na história de nossos vizinhos chilenos como o ano em que a juventude desabou a passividade dos governos e promoveu um dos maiores levantes na América Latina dos últimos anos. A reivindicação era clara: não à privatização da educação. O levante se iniciou com secundaristas ocupando escolas, tendo o A 90 como um de seus principais exemplos, e acabou com a juventude universitária e a população trabalhadora preenchendo "las calles" de Santiago com milhões e urrando em alto e bom som: "y va caer, y va caer, la educación de Pinochet!".

Hoje as ocupações do estado de SP (que no momento em que escrevemos esse texto resultam em três até agora - Diadema, Fernão Dias e Salvador Allende) mostram "em pequeno" como esse é um caminho que pode ser trilhado pelos estudantes secundaristas e desenrolar um verdadeiro movimento de ocupações de escolas espalhadas pelo estado. A reivindicação de nossos bravos guerreiros secundaristas também é clara: não à reorganização do governo Alckmin.

Tal projeto prevê o fechamento de escolas, divisões de ciclos e superlotação de salas de aula. Em uma rede pública que há décadas se agoniza em um sucateamento profundo, essa proposta visa aprofundar a precarização do ensino público no estado. Como dar aula em uma sala com 50 estudantes? Como aprender algo em uma sala de 50 estudantes? É uma situação completamente inaceitável e que apenas a luta pode mudar.

Já não é de hoje que a população vê o governo do PSDB investir contra a educação pública no estado. Já não é de hoje que a população se sente desrespeitada com tanto descaso e desprezo. Não é de hoje que a população olha para o picolé de chuchu Geraldo Aclkmin com ódio causado por anos de barbárie no Estado. Não é de hoje também que a única resposta do governo a todo e qualquer problema tem sido curta e breve: repressão violenta. Entretanto também não é de hoje que a população se levanta contra essas injustiças. Junho de 2013 mostrou isso.

E assim como em Junho, é possível fazer um movimento que começou pequeno, se transformar em algo gigante. Todos os nossos olhos devem estar voltados para esses meninos que estão dando um exemplo de luta e coragem. E todos os nossos braços devem estar voltados para fazer essa luta triunfar. Caso comece um movimento de ocupações contra a reorganização de Alckmin, unificado com professores e estudantes universitários, essa pedra no sapato do governador que hoje é o Fernão Dias pode se transformar em uma força capaz de fazer governos se dobrarem. Apesar do velho discurso da direção da APEOESP e da UBES e UMES ser de dar "total apoio", queremos que as palavras saiam do discurso e vão à ação. Agora, mais do que nunca, é a hora de unificar essa mobilização e massificá-la.

Um triunfo em SP pode iluminar o caminho de estudantes do Brasil inteiro que estão sendo atacados pelo governo Dilma. O projeto de reorganização do PSDB segue a mesma linha de ajuste do governo do PT. Qualquer mobilização mais massiva contra os ataques na educação necessariamente vai se esbarrar com o MEC e com a UNE, que hoje está de mãos dadas com a Dilma e a Kátia Abreu. É necessário portanto avançar no sentido de uma luta nacional em defesa da educação, superando as burocracias estudantis e sindicais.

Com a forte greve de petroleiros espalhados pelo país, imaginemos por um segundo a força de um forte movimento unificado, secundaristas, petroleiros, professores, universitários... aí está o caminho a ser trilhado para fazer valer as nossas reivindicações nesse grave momento de crise.

Chamamos a todos os secundaristas, estudantes, professores, trabalhadores e jovens a depositarem todas suas forças e energias para fazermos dessa luta um verdadeiro triunfo.

Acabou o amor, isso aqui vai virar o Chile!




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