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A serviço do agronegócio, governo Bolsonaro estabelece novas metas no Acordo de Paris

Segundo Observatório do Clima, nova meta apresentada por Salles está 400 milhões de toneladas maior do que a apresentada em 2015.

sábado 12 de dezembro de 2020 | Edição do dia

IMAGEM: O Dia

Na última terça-feira (8), o governo Bolsonaro apresentou uma nova meta climática ao Acordo de Paris, que permitirá o Brasil chegar a 400 milhões de toneladas de gases de efeito estuda a mais do que previsto na meta inicial para 2030, segundo dados do Observatório do Clima.

A meta tinha sido estabelecida em 2015, quando o Acordo de Paris tinha reunido diferentes países que tinham enquanto objetivo, limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Porém, com a atualização da mesma, diversos especialistas fazem alertas. Segundo o secretário do Observatório do Clima Marcio Astrini, o ministério manteve a meta o mesmo percentual de redução de emissões, 43%, porém a base de cálculo se alterou e aumentou, inclusive.

"A meta de redução de 2015 era baseada no Segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Já a meta atual tem como base o Terceiro Inventário, que atualizou o valor absoluto dos gases emitidos em 2005 de 2,1 bilhões de toneladas para 2,8 bilhões de toneladas de gases emitidos" - Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima

Por conta dessa alteração, o que se estabelecia em 2015 de redução era 43%, que significava emitir 1,2 bilhões de toneladas de gases até 2030. Com nova meta apresentada por Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, essa mesma taxa de redução, estabelece que 1,6 bilhões de toneladas possam ser emitidas pelo Brasil até 2030, 400 milhões de toneladas a mais do que a meta anterior.

Dessa forma, para que se fosse mantida a meta climática estabelecida originalmente no Acordo de Paris, o governo deveria diminuir 57% das emissões até 2030 e não 43%. Porém, não trata-se apenas de um erro de cálculo em relação as emissões permitidas para o acordo, mas de uma política consciente a serviço do agronegócio, para permitir a expansão dos latifundiários nas reservas ambientais, territórios indígenas, assim como mais queimadas e devastações ambientais nos próximos anos.




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