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JUVENTUDE | A palavra radical se encontra com a juventude que luta

terça-feira 18 de outubro de 2016 | Edição do dia

A ORIGEM DA PALAVRA RADICAL E SUA IMPORTÂNCIA HISTÓRICA

É muito comum que alguém já tenha ouvido algum dia em sua vida ou até mesmo falado que o fulano ou a fulana são radicais. Utilizamos essa palavra para expressar diversas opiniões, desde atitudes políticas como também nos esportes, também referente a algumas ações cotidianas ou quando presenciamos alguma atitude que nunca havíamos visto, pois não achamos comum alguém fazê-la.

No que diz respeito as ações políticas em períodos de efervescência das lutas sociais a palavra soa no imaginário social comum como algo negativo. Nesses momentos de agudez das lutas sociais, a mesma é por muitas vezes utilizadas por conservadores, reformistas e conciliadores, para desqualificar aqueles grupos, pessoas ou movimentos que vão além daquilo que estes julgam como certo ou no caso dos reformistas e conciliadores que prontamente negam a luta daqueles que se propõem ir além do que eles jamais irão.

Para eles, aqueles que propõem uma luta mais radical são os utópicos, pois reformistas e conciliadores de classe negam a realidade concreta e por isso correm dela e não vão além. Eu diria que utópicos são estes que por negarem a realidade não radicalizam e buscam “formas de lutas equivocadas”, neste caso colocando-se na contra-revolução, forma esta que historicamente atuam os conciliadores e reformistas.

No caso dos conservadores estes como não querem que as condições reais sejam transformadas (obviamente qualquer coisa na qual, fuja das condições dadas), mesmo aquelas “lutas” que apresentarem um movimento de pequenas alterações nas estruturas reais de vida, estes se se colocarão contra essas alterações mínimas e tal como em relação as transformações mais profundas que se propõe os movimentos mais radicalizados.

QUAL A ORIGEM DA PALAVRA RADICAL?

Conforme dicionário etimológico (Etimologia é o estudo gramatical da origem e história das palavras, de onde surgiram e como evoluíram ao longo dos anos.), na língua portuguesa a palavra “radical” originou-se a partir do latim “radicalis”, que significa “relativo à raiz”. No caso, radicalis é a derivação de radix, que significa raiz. O termo em latim era atribuído, do ponto de visto filosófico ao fato de alguém ou alguma pessoa “ter raízes”, isso quer dizer “ter origem” ou “vir de algum lugar”.

Do século XVII em diante, este termo passou a significar a essência de algo ou da mesma forma a atividade de “ir de encontro à origem de algo”. A palavra ganhou também no mesmo século a atribuição de um sinal utilizado na matemática. Lembrando que este significado só será utilizado nos finais do mesmo século.

Podemos perceber que da mesma forma que a palavra revolução ganha conotação política somente a partir do século XVIII, onde a mesma até os dias de hoje significa uma transformação total das estruturas políticas e econômicas, recebendo esse atual significado fruto da revolução francesa, que até então a mesma significava o movimento feito pelos planetas, da mesma forma a palavra radical também sofreu alterações etimológicas onde hoje a mesma significa “ir de encontro à origem de algo”.

A PALAVRA RADICAL ENCONTRA A REVOLUÇÃO

Diante do que já foi exposto, percebemos que não é possível desassociar a palavra radical da palavra revolução, pois elas encontram-se ao longo da história e complementam-se, da mesma forma que não se pode separar os radicais da revolução, isto é, não existe revolução sem radicais ou sem atitudes radicais. Pois para que ocorra de fato uma transformação total das estruturas econômicas e políticas, a história nos mostrou ao longo do tempo que somente aqueles e aquelas que ousaram desmanchar aquilo que até então parecia sólido e indestrutível.

Foram os radicais que a partir de uma atitude de “ir de encontro à origem de algo”, como afirmou Trotsky um dos radicais dirigentes da revolução russa de 1917, que “todas revoluções são impossíveis, ate que se tornem inevitáveis”, como em outro momento “as condições objetivas da revolução proletária não estão somente maduras: elas começam a apodrecer”.

Desde as jornadas de junho de 2013 no Brasil, a juventude vem radicalizando as lutas e mostrando o caminho. As ocupações de escolas pelos secundaristas vêm representando umas das lutas mais radicais de um presente recente. A juventude está indo de encontro a origem dos problemas que a elas cercam e, dessa forma, radicalizada. Estão dando um grande exemplo chacoalhando aqueles que encontram-se entorpecidos pelo cotidiano da sociedade capitalista apodrecida, que insistem e jamais irão admitir a radicalização, pois eles sabem que “ali mora o perigo”.

Estes conservadores, contrarrevolucionários e conciliadores sabendo onde mora o perigo, que é na radicalização profunda da luta de classes, atuam para que as lutas não se radicalizem e alguns para que ela nem aconteça, pois sabem muito bem que a faísca acende a pólvora, da mesma forma que os radicais acendem a revolução.




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