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VIOLÊNCIA POLICIAL | A escalada da violência policial protege os capitalistas frente à crise

Nesta pandemia a exposição à violência policial está em alta. Isso acontece por diversos fatores, mas no centro está o racismo estrutural do Estado brasileiro, que se busca conter e reprimir amplas massas de trabalhadores, compostas por uma maioria de pessoas negras, que são lançadas à miséria com a crise. Por outro lado a resistência a essa repressão se mostrou em diversas comunidades que exigiram respostas sobre assassinatos de crianças e jovens negros, além de ter ganhado importante destaque na força do movimento “Black Lives Matter” após o brutal assassinato de George Floyd, que vem tomando proporções mundiais e aumentando as manifestações em diversos países.

quarta-feira 22 de julho de 2020 | Edição do dia

O movimento antirracista vem se expressando nos EUA deu destaque ao questionamento da existência, os objetivos e do exercício de poder da polícia. Tal questionamento sobre a instituição policial se torna um problema para a permanência dos interesses da classe dominante que, se vendo ameaçada, responde com ainda mais violência policial e tentativas de sufocamento das mobilizações e levantes, como pudemos ver nos últimos dias em Portland, cidade de Oregon, nos Estados Unidos.
A violência policial é uma característica intrínseca a essa instituição. Se é verdade que é nos momentos de lutas operárias, agitação das massas e de questionamento da ordem estabelecida que a polícia mostra mais seu papel como agente de repressão, é também verdade que ela mostra seu DNA repressor em situações vistas como “normais”, como no cotidiano das periferias paulistas e cariocas, por exemplo, onde para crianças negras e pobres sequer ir à escola é uma atividade corriqueira e sem risco de ser assassinadas pelas balas da polícia.

Em situações de levantes sociais profundos a polícia é convocada para exercer seu objetivo principal: defender a propriedade privada e dominação burguesa contra a classe trabalhadora e a juventude. Situações de consciência de classe e de tomada de atitude contestatória ao capitalismo são perigosas para o Estado burguês, tendo em vista que é justamente através do questionamento que entendemos seus mecanismos de dominação contra a classe oprimida.

A luta e os questionamentos sobre o papel do Estado e da polícia podem avançar a um questionamento profundo sobre o capitalismo. Movimentos como “Black Lives Matter”, “Antifas” — que no Brasil se expressou no nascimento da luta dos entregadores que estão indo para sua segunda paralisação nacional neste 25 de julho — entre outros, são importantes mostras de que amplos setores não mais aceitam tamanha repressão policial e estão dispostos a questionar esse braço do Estado. São passos progressistas à um questionamento da totalidade desse sistema social onde o próprio racismo nasceu como uma ferramenta para ampliar a dominação e a extração de riquezas através do trabalho não pago de milhões de escravizados.

É preciso lutar pelo fim dessa instituição racista que é a polícia, mostrando que nunca serviu para proteger vidas, menos ainda dos trabalhadores e oprimidos, mas seu oposto. Bolsonaro e os governadores, assim como a justiça e demais poderes, incluindo as grandes mídias, se apoiam nessa máquina racista para defender seus próprios interesses e os lucros dos grandes empresários.




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