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Após 11 anos de ocupação militar no Haiti uma questão que fica na cabeça de todos é quais são as condições que estão submetidas às mulheres desse país. Nesse texto vamos abordar um pouco a realidade dessas guerreiras haitianas

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

sábado 25 de julho de 2015 | 02:08

Como se não bastasse a pobreza e a violência das tropas a serviço do imperialismo, as mulheres haitianas convivem cotidianamente com a violência doméstica e a violência sexual, Sendo elas as responsáveis por manter a família e criar os filhos sozinhas, num país cujas taxas de natalidade e a mortalidade materna são muito altas, o acesso a saúde e métodos contraceptivos é quase inexistente.

Segundo pesquisas 40% das famílias haitianas são sustentadas por mulheres, em uma cultura onde os homens podem se casar com várias mulheres não assumindo, na maioria das vezes, a responsabilidade pelo cuidado dos filhos. Dessa forma recai sobre os ombros das mulheres haitianas o cuidado com as crianças, já que o Estado por sua vez também não garante as condições mínimas como o direito a creches. A falta de acesso à educação é um dos principais problemas enfrentados por elas, cerca de 60% são analfabetas, assim como grande parte da população masculina.

Conhecidas como “Madam Sara”, muitas mulheres saem de casa de madrugada carregando bacias de alimentos na cabeça, caminham longos trechos e trabalham longas horas, para ganhar menos de 2 dólares. São elas que movimentam o comércio de alimentos e outros bens nas ruas, constituindo a espinha dorsal de uma economia arrasada por anos de exploração imperialista.

Outra triste realidade dessas mulheres é que muitas vezes devido a extrema pobreza muitas acabam recorrendo a prostituição como única forma de garantir o alimento para suas famílias e o seu próprio sustento. Segundo reportagem divulgada pelo jornal Estado de São Paulo, as tropas militares da ONU trocaram assistência, alimentos e remédios por sexo, num caso que envolve cerca de 230 mulheres e faz parte de uma relatório interno da auditoria da ONU, apontando que cerca de um terço dos casos envolveu menores de 18 anos.

Mas um exemplo escandaloso do papel que cumprem as tropas da ONU nesse país, lideradas por militares brasileiros. Num país governado por uma mulher que se cala e mantém por 11 anos a dominação e exploração sobre milhares de mulheres, crianças e toda a população haitiana. Exigimos a retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti, queremos o fim da exploração e espoliação imperialista contra todo povo haitiano.




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