Juan Guaidó, líder da direita venezuelana, junto com Elliot Abrams, porta-voz da Casa Branca, agradeceram o apoio da Argentina sobre a crise na Venezuela, tomando as declarações públicas como uma abordagem às posições pró-imperialistas
terça-feira 7 de janeiro de 2020 | Edição do dia
O líder da direita venezuelana, Juan Guaidó, e o representante especial dos Estados Unidos para Venezuela, Elliot Abrams, coincidiram em destacar agradecimentos as declarações argentinas sobre os últimos acontecimentos na Venezuela como um apoio a direita e o imperialismo.
Elliot Abrams deu uma entrevista coletiva na qual declarou que "as medidas foram rejeitadas por muitos países do mundo" e deu como primeiro exemplo as declarações de Felipe Solá, que chefia o Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
Solá havia expressado no Twitter que “impedir a força o funcionamento da Assembleia Legislativa é condenar-se ao isolamento internacional. Rechaçamos essa ação e estamos pedindo ao executivo venezuelano a aceitar que o caminho é exatamente o contrário”.
O representante estadunidense explicou em sua declaração que os exemplos da Argentina e México cumprem a função de mostrar a perda de apoio de Maduro: “Eles não têm a mesma posição que os Estados Unidos e é interessante que, no mesmo dia e sem hesitação, classificaram as ações como inaceitáveis e as condenaram (...) Todos concordam conosco” para destacar que “Ele está perdendo o apoio da esquerda na América Latina ".
Por sua vez, Guaidó aproveitou a ocasião e destacou as declarações de Solá em uma entrevista coletiva de Caracas. Ele também falou sobre a posição de Alberto Fernández que "pode ou não haver diferenças ideológicas o de algum outro tipo com o presidente Fernández, mas ele está claramente apontando o ultraje, a violação do Parlamento venezuelano".
O posicionamento do governo de Fernández, que optou por divulgar uma declaração separada do Grupo Lima a respeito dos acontecimentos no Irã e na Venezuela colocando certa distância, sobre esse tema é bastante próxima de sua posição, sem questionar que Juan Guaidó é um representante da imperialismo.
Isso foi aproveitado pelos principais porta-vozes da direita, Guaidó e Estados Unidos, contra o regime Maduro para fortalecer a legitimidade de suas ações e reconhecer o presidente argentino como aliado de suas posições.
Condenar a política da direita venezuelana e do governo norte-americano é parte fundamental de rechaçar qualquer avanço da interferência imperialista na América Latina, como twittou Nicolás del Caño, deputado nacional da Frente de Esquerda, e de forma alguma apoiar o regime de Maduro, mas entender que um maior poder dos Estados Unidos sobre a região implica apenas níveis mais altos de submissão dos trabalhadores e setores populares.
Repudiamos la agresión imperialista de EEUU en medio oriente comandada por Trump. Nada bueno vendrá de la mano del imperialismo para los pueblos del mundo. Solo puede ofrecer guerras, hambre y miseria.
— Nicolas del Caño (@NicolasdelCano) January 4, 2020
“Repudiamos a agressão imperialista dos EUA no Oriente Médio comandada por Trump. Nada de bom virá da mão do imperialismo para os povos do mundo. Só pode oferecer guerras, fome e miséria.”