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A anunciada “ofensiva da primavera”: para onde vai a guerra na Ucrânia?

Matías Maiello

A anunciada “ofensiva da primavera”: para onde vai a guerra na Ucrânia?

Matías Maiello

Em toda guerra, as informações do campo de batalha são parte do conflito. A Ucrânia não é a exceção. Diversas notícias se sucedem, aparecem e desaparecem periodicamente. Nesses últimos dias, desenvolveu-se a controvérsia sobre os drones que explodiram sobre a residência presidencial de Putin, que prontamente acusou Kiev e Washington de terem tentado realizar um atentado. Mas qual é hoje a situação global da guerra na Ucrânia? Para responder essa pergunta, a primeira coisa que devemos fazer é nos situar nas coordenadas da etapa atual da situação internacional. A guerra ainda é a continuação da política por outros meios. Longe do mito da globalização pacífica, o sistema capitalista imperialista continua sendo uma verdadeira arma de destruição massiva.

Não se trata apenas da Ucrânia. Paralelamente, crescem as tensões sino-norteamericanas no Oriente. Da mesma forma, ocorreram guerras nas décadas passadas como nos Bálcãs, no Iraque, no Afeganistão, entre muitos outros. Em um artigo anterior escrito com Emilio Albamonte, analisei que a principal novidade da guerra na Ucrânia em termos bélicos é a eclosão da guerra interestatal com o envolvimento de potências de ambos os lados, embora os EUA e a OTAN estejam atuando por procuração. Essa guerra já não responde aos modelos da etapa anterior, marca o retorno dos enfrentamentos militares “regulares” e também a volta da guerra como “batalha em um campo entre homens e máquinas” que pode afetar decisivamente a ordem internacional. [1]

Da batalha em profundidade à guerra de desgaste

Até agora, podemos distinguir três etapas no campo de batalha:
1) Uma primeira, o começo da invasão, onde o exército russo desenvolveu uma espécie de blitzkrieg (guerra relâmpago), de batalha em profundidade, que incluiu o avanço massivo de tanques até Kiev. Com o tempo ficou mais claro que, naquele momento, a intenção de Putin nunca foi ocupar a cidade, mas, com base nos relatórios de inteligência (cujos promotores foram posteriormente sancionados), se baseava na hipótese do colapso do governo de Zelenski. Isso não aconteceu. Possivelmente o alto comando russo subestimou o envolvimento do Ocidente e superestimou o “interesse comum” ocidental em priorizar a integração global.

2) Uma segunda etapa, marcada pela retirada do cerco a Kiev, pela reorganização e posicionamento das tropas russas no sul e leste da Ucrânia. Neste capítulo da guerra, os avanços russos permitiram que suas forças conquistassem o principal porto do Mar de Azov (e do Donbass) e estabelecer um corredor terrestre da península da Crimeia até os territórios da região do Donbass que estavam anteriormente sob seu controle. Em determinado momento, especulou-se que essas conquistas se estenderiam em direção ao oeste até Odessa, buscando conectar o corredor com os territórios sob influência russa na Transnístria, mas não foi o caso.

3) Uma terceira etapa - ou parte da segunda, dependendo de como queremos vê-la- foi marcada pela declaração de anexação das regiões de Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhya e Kherson. Na sequência, teve lugar uma contraofensiva ucraniana na província de Kherson que obrigou as tropas russas a se posicionar do outro lado do rio Dnieper na frente sul. Também retrocederam na província de Kharkiv na frente oriental. Houve uma luta pela consolidação das posições no leste, através do uso massivo da artilharia de ambos os lados com uma importante preeminência russa e com destaque nas zonas mais quentes da companhia militar privada conhecida como grupo Wagner. Essa etapa continua até o presente.

Configurou-se uma espécie de “guerra de desgaste”. Uma frente que se estende ao longo de mais de 800 km. Ambos os lados distribuíram sua infantaria e artilharia nessa ampla linha de frente. Foram estabelecidos extensos sistemas defensivos de trincheiras e fossos antitanque. As guerras de desgaste, embora não necessariamente se sobreponham à ideia de “guerras de posições”, em suas formas modernas se caracterizam pelo entrincheiramento, pelos bombardeios de artilharia, pelas cargas sobre as posições inimigas e pelo alto custo em vidas humanas, assim como em equipamentos e artilharia. Uma operação ofensiva bem-sucedida é aquela que faz o defensor retroceder ao longo da linha de frente. Não existe muita expectativa de um “golpe de misericórdia”, os combates são palmo a palmo.

Uma característica distintiva deste tipo de guerra é que os beligerantes tentam desgastar uns aos outros mediante a destruição gradual de material bélico e tropas. Essa etapa da guerra tem como símbolo a batalha por Bakhmut, uma pequena cidade na região de Donetsk. Durante meses, as forças russas saturaram com bombardeios e ocorreram combates de quarteirão a quarteirão, casa por casa. Milhares de soldados morreram em ambos os lados, entretanto, até o dia de hoje nenhuma das forças conseguiu um controle completo da cidade. Segundo algumas fontes, as tropas russas - encabeçadas pelos mercenários do grupo Wagner - controlam ao redor de 70% e 80%. No que se refere à guerra de conjunto, nenhum dos lados ganhou muito território desde o final de 2022.

Em seu livro Conventional Deterrance, John Mearsheimer pinta um quadro bastante ilustrativo do que implicam as estratégias de desgaste:

Uma ofensiva bem-sucedida, como uma escavadeira, literalmente empurra o defensor para trás ao longo de uma ampla frente. A fuga e a retirada se alternam, eventualmente desgastando a defesa. Pouca ênfase é colocada em conseguir no campo de batalha o equivalente a um golpe de nocaute. Em vez disso, a vitória segue uma série de batalhas com a bola parada e não se espera que a guerra seja rápida. O processo é prolongado e, em última instância, o êxito chega quando o defensor já não pode seguir lutando. Obviamente, presume-se que o defensor se enfraquecerá antes que o atacante. Como não há atalhos para a vitória, o atacante não evita atacar os pontos fortes do defensor. A força é comparada à força”. [2]

De acordo os últimos relatórios, estima-se que a “ofensiva da primavera”, que vem sendo anunciada faz algum tempo, se iniciaria em algum momento do presente mês de maio. Nas últimas semanas, a frente sul-oeste voltou a ganhar relevância em alguns meios de comunicação. Unidades de forças especiais ucranianas vêm realizando diversos ataques pontuais, desembarcando e buscando permanecer do lado oriental do rio Dnieper, a caminho da cidade de Kherson controlada pela Rússia. Estima-se que este tipo de ação busca abrir um novo flanco de combate, ou pelo menos sugeri-lo, com a esperança de aliviar o resto das frentes. Por outro lado, a vantagem de avançar sobre Kherson, caso isso aconteça, seria estar dentro do alcance da artilharia da Crimeia, que poderia ser um objetivo das forças ucranianas.

A frente sul-centro perto de Zaporizhzhya aparece como uma das alternativas mais viáveis de combate para a “ofensiva da primavera”, já que não é necessário cruzar o Dnieper para enviar tropas para lá. Tem aparecido com certa força a alternativa de concentrar a anunciada nova ofensiva em direção à cidade de Melitopol - ao sul de Zaporizhzhya e a caminho do Mar de Azov - controlada por forças russas. Nessa zona, segundo o Institute for the Study of War, já existem focos de guerrilhas ucranianas. O segundo objetivo na mesa seria Berdyansk, localizada ao sudeste na costa do Mar de Azov. Esses tipos de plano teriam por objetivo máximo cortar o amplo corredor sul das forças russas - tornando insustentáveis suas posições ao oeste de Melitopol - e abrir uma saída ao Mar de Azov para a Ucrânia. Tudo isso é especulação por enquanto.

Contudo, em ambas as frentes mencionadas, as forças russas ergueram linhas defensivas triplas compostas por trincheiras, fossos, arame farpado e obstáculos antitanque de mais de 100 km separadas por 15 km cada uma. Diante disso, os tanques Challenger 2 britânicos e Leopard 2 alemães enviados à Ucrânia podem ser úteis, entretanto, os envios programados não representam uma quantidade significativa e requerem um apoio contínuo para sua utilização, incluindo peças de reposição, munições e treinamento para operá-los. No caso dos M1 Abrams norte-americanos, parece descartado que possam chegar a tempo. As forças ucranianas contam com sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS), mas também tudo isso necessita de insumos suficientes. Ao que se acrescenta o problema da cobertura aérea que esse tipo de ataque precisaria e que, por agora, além das especulações, não se sabe como a terão. De qualquer forma, não estão claras as condições nas quais se desenvolveriam a “ofensiva da primavera”.

O desgaste de forças

Para se ter um quadro completo das perspectivas, é necessário avaliar o resultado da guerra de desgaste até agora. No que diz respeito às forças russas, o desgaste tem sido significativo, tanto no nível da importante quantidade de baixas estimadas - esse dado é ainda mais obscuro que o da Ucrânia-, como no nível de problemas de equipamento e logística. Suas forças não obtiveram avanços significativos desde o verão europeu passado. Para conseguir o objetivo de conquistar completamente as quatro regiões formalmente anexadas (Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhya e Kherson), o exército necessitaria ampliar a quantidade de tropas no terreno, portanto, um reforçamento coercitivo do recrutamento. A “mobilização parcial” decretada por Putin em setembro passado foi realizada com cautela, especialmente nas grandes cidades, para evitar qualquer desestabilização na frente interna. É uma incógnita, neste sentido, a magnitude da capacidade operativa real disponível do exército russo diante de um cenário de maior escalada dos enfrentamentos.

Na última etapa, os combates mais sangrentos ocorridos em Bakhmut recaíram em grande parte, como dissemos, no grupo Wagner. Trata-se de uma força privada, mercenária, que inclui o recrutamento coercitivo nas prisões russas, comandadas por Yevgeniy Prigozhin, um oligarca vinculado diretamente a Putin. Com suas aparições públicas no campo de batalha, mostrando o contraste com o resto dos dirigentes militares, Prigozhin se transformou em uma figura popular entre aqueles que, na Rússia, apoiam a invasão. Ele se enfrentou publicamente com o ministro da defesa Sergei Shoigu, e o chefe do Estado Maior, Valery Gerasimov, sobre as solicitações de armamento para seu grupo. Em sua última aparição, alguns dias atrás, ameaçou retirar suas tropas de Bakhmut no dia 10 de maio se não recebesse munições e culpou o alto comando pelas mortes em suas tropas. Trata-se de uma disputa interna que, para além da encenação, mostra as próprias inconsistências das forças russas e da combinação de forças mercenárias com o exército regular. Por outro lado, o fundo da questão pode estar relacionado à problemas da produção ou logística.

Do outro lado das trincheiras, o amplo vazamento de documentos da inteligência norte-americana (pelo qual se acusa um jovem membro da Massachusetts Air National Guard, Jack Teixeira) em março passado ainda tem dado o que falar. Muitas das informações contidas naqueles documentos etiquetados como “ultrassecretos” tratavam-se de questões, de um modo ou de outro, conhecidas. O que teve de significativo foi sua constatação em fontes norte-americanas. Estava contida nelas uma sombria avaliação das possibilidades da “ofensiva da primavera”. Fez-se um alerta sobre a potência das defesas russas entrincheiradas que, juntamente às “persistentes deficiências ucranianas no treinamento e no suprimento de munições, provavelmente dificultarão o progresso e exacerbarão as baixas durante a ofensiva”. Por sua vez, apontou-se para a probabilidade de que a operação só obtenha “modestos ganhos territoriais”. Até o dia de hoje, os funcionários norte-americanos seguem buscando relativizar essas considerações. Na quarta-feira passada, o próprio secretário de estado, Antony Blinken, sustentou que aquelas avaliações “refletiam um ponto particular no tempo”, que não era “estático” e que via maiores possibilidades em uma próxima ofensiva.

Por sua vez, o Washington Post confirmou, no momento, o panorama exposto por aqueles documentos através de diversas declarações de comandantes ucranianos que advertiram sobre a escassez de tropas qualificadas e a impossibilidade de combater com as tropas disponíveis que carecem de qualquer experiência militar que fogem espontaneamente diante da esmagadora artilharia russa. Segundo esses mesmos informes, as tropas com alguma experiência foram mortas ou colocadas fora de ação por ferimentos, o que estaria de acordo com as fontes ocidentais que apontam - não existem dados oficiais - uma cifra que supera 120 mil baixas entre mortos e feridos. Para se ter um parâmetro de comparação, alguns analistas estimam que a força de combate real da Ucrânia no início do conflito era de 130 mil efetivos [3]. Paralelamente, as declarações dos funcionários estadunidenses enfatizaram que a situação no campo de batalha hoje pode não refletir uma imagem completa das forças, porque Kiev está treinando tropas para a próxima contraofensiva separadamente, impedindo deliberadamente que participem nos combates atuais. De qualquer maneira, este último fato é insuficiente para reverter a situação geral.

Embora a guerra de desgaste tenha sido muito custosa para ambas as partes, pela assimetria entre a Rússia e a Ucrânia, o peso relativo das perdas para essa última é muito maior. Esta comparação é central, porque embora as forças ucranianas contem com uma ampla ajuda militar ocidental, tanto para o imperialismo norte-americano quanto para a OTAN trata-se de uma guerra por procuração, o que implica, entre outras questões, não pôr tropas próprias no terreno. Os soldados, assim como os mortos e feridos, correspondem, portanto, às forças ucranianas. Embora o total de baixas russas, de acordo com várias estimativas, sejam maiores, em termos proporcionais para a Ucrânia, suas baixas têm uma significação mais decisiva.

As pressões para um maior envolvimento direto dos EUA

Agora, a questão é que em uma guerra de desgaste como essa, como apontava Mearsheimer, “a força se compara com a força”. Ou seja, a vitória, no caso de ser conquistada, está do lado de quem é capaz de reabastecer mais facilmente o equipamento militar, incluindo grandes quantidades de artilharia e veículos blindados, e de aumentar o recrutamento para absorver a alta proporção de mortos e feridos que esses tipos de combates implicam. Mesmo nos casos em que finalmente a estratégia de desgaste é bem-sucedida, ela é acompanhada de enormes custos. Para ganhar uma guerra de desgaste requer disposição de absorver baixas consideráveis e perdas significativas de equipamento.

Sem um alto nível de apoio contínuo da OTAN, mas fundamentalmente dos EUA, as forças ucranianas colapsariam imediatamente. A pergunta nesse momento é sobre qual é o limite da estratégia de se valer das forças da Ucrânia para levar uma guerra de desgaste por procuração contra uma potência como a Rússia. Dito em outras palavras, qual é o limite que a intervenção indireta do imperialismo norte-americano tem para prosseguir uma guerra que depende, para além de toda ajuda militar, do esforço de guerra exclusivo das desgastadas forças ucranianas sobre o terreno.

Por outro lado, a Ucrânia depende plenamente da ajuda ocidental até mesmo para os aspectos mais básicos, que de acordo a análise do think tank militar CSIS devem incluir: 1) Fluxo contínuo de requisitos de armas e munições. Por exemplo, estima-se que a Ucrânia dispara 90.000 projéteis de artilharia por mês. Para ter uma dimensão, isso é igual a toda a produção anual dos EUA em 2021. 2) Necessidades de reabastecimento de equipamento perdido, sendo que - segundo fontes não classificadas - a Ucrânia perdeu em fevereiro 457 dos 858 tanques com que começou a guerra, 479 dos 1.184 veículos de combate de infantaria e 247 de 1.800 peças de artilharia. 3) Necessidades de equipamento e treinamento para forças ucranianas que, como dissemos, já não são as mesmas que as do início da guerra. A isso se somam todas as outras capacidades para além do indispensável para combater.

Se partirmos da significativa maior capacidade produtiva e militar da Rússia diante da Ucrânia, a tendência é que as forças desta última se tornem cada vez mais dependentes da ajuda externa para poder prosseguir uma guerra de desgaste como essa. Neste ponto, se abrem duas grandes alternativas. O imperialismo norte-americano pode seguir aprofundando sua intervenção e apostar em uma maior debilidade russa, ou pode propor preparar para o próximo ano algum tipo de cenário que reduza a intensidade dos enfrentamentos. Uma decisão estratégica que seguramente não se definirá no curto prazo e, possivelmente, dependerá em alguma medida dos resultados da ofensiva da primavera quando ela se concretizar. Mas a discussão está colocada.
No início de 2023, o think tank militar Rand Corporation analisou as alternativas do imperialismo norte-americano caso seu objetivo fosse evitar uma guerra longa. O ponto de partida é a improbabilidade de uma vitória ucraniana. A análise centra-se na avaliação dos custos e benefícios de um prolongamento da guerra. Entre os benefícios, ele aponta o maior enfraquecimento da Rússia e a redução da dependência dos aliados norte-americanos em relação a ela. Entre os custos, o aumento do risco de escalada envolvendo diretamente os membros da OTAN, as necessidades da Ucrânia de maior apoio econômico e militar, a menor capacidade dos EUA de concentrar-se em outras prioridades (leia-se a China) e o aumento da dependência russa da China.

A conclusão do estudo é que os EUA devem tomar medidas para propiciar algum tipo de armistício a médio prazo, no qual nenhuma das partes desista de suas pretensões, mas que de algum modo “congele o conflito”. Para tal, propõe planificar e condicionar o apoio à Ucrânia, junto a um esquema de “segurança” para ela, articulado com seus aliados que exclua sua incorporação à OTAN, assim como o alívio das sanções russas, entre outras questões. O conceito central é passar o problema do controle territorial para um plano secundário, que considera que não é uma dimensão importante para os EUA, e concentrar a atenção em seus interesses globais na guerra. As conclusões do estudo, entretanto, não são muito animadoras sobre a viabilidade dessa engenharia, mas reafirmam a necessidade de encará-la.

A verdade é que à medida que a guerra se prolonga e aumenta o desgaste, tende a se fazer necessário um envolvimento ainda mais direto do imperialismo norte-americano. A linha que separa a guerra por procuração do enfrentamento aberto com a Rússia se torna mais tênue, com todos os riscos de acidente e de escalada que isso implica. Uma pequena mostra disso foi o incidente, em março passado, com drone MQ-9 Reapter norte-americano nas proximidades da Crimeia (a 60 km do porto de Sebastopol) em que um avião de combate russo acabou derrubando-o. Nessa linha tênue se move o futuro da guerra.

O cenário se torna mais volátil. A guerra de desgaste não tem ainda um resultado à vista. É um cenário que pode se agudizar caso se concretize a “ofensiva da primavera” e os enfrentamentos se intensifiquem. Como dissemos no começo, o guerreirismo das grandes potências está em pleno desenvolvimento; a Ucrânia é o cenário mais agudo de um processo mais amplo. Essa é a perspectiva que temos que enfrentar. Por isso, contra qualquer posicionamento a favor de algum dos “campos” reacionários em conflito e contra as ilusões de uma solução de “paz” imperialista, venham elas das mãos da Europa, China ou da potência que for, a questão passa por constituir um polo contra a guerra na Ucrânia que defenda a unidade internacional da classe trabalhadora com uma política independente, pela retirada das tropas russas, contra a OTAN, contra o armamentismo imperialista e por uma Ucrânia operária e socialista.


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FOOTNOTES

[1Smith, Rupert, The Utility of Force, New York, Alfred Knopf, 2007 (Edición digital).

[2Mearsheimer, John J., Conventional Deterrence, Ithaca/London, Cornell University Press,1985, p. 34. Destacados nuestros.

[3[3] Grant, Glen, “Seven Years of Deadlock: Why Ukraine’s Military Reforms Have Gone Nowhere, and How the US Should Respond”, The Jamestown Foundation, julio de 2021.
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