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Eleições 2021 Argentina | A FIT-U e a luta contra a crise ambiental

Nas eleições que ocorrem neste domingo, a única lista 100% verde e anti-extrativista é a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - Unidade (FIT-U), que dentre os partidos está o PTS, organização irmã do MRT. As outras forças ou são negacionistas ou priorizam conseguir dólares para pagar o FMI, passando por cima do meio ambiente.

domingo 14 de novembro de 2021 | Edição do dia

Nessas eleições legislativas na Argentina, a única força que defende fortalecer a luta pelo meio ambiente é a FIT-U, a terceira força nacional, que pode conseguir bancadas no Congresso Nacional e legislaturas locais para colocá-las à serviço da luta operária e popular. Ela é a única lista 100% verde, que se pronuncia contra o extrativismo capitalista predatório e que luta por mudar esse sistema e acabar com a irracionalidade do capitalismo com a natureza.

Uma das principais medidas que impulsiona é o não pagamento da dívida com o FMI, pois como disse o próprio ministro do meio-ambiente, Cabandié: “não se pode conseguir dólares sem contaminar”. As outras forças, seja a extrema-direita, o macrismo neoliberal ou o peronismo reformista, estão de acordo, à sua maneira, em pagar o FMI, e conseguir as divisas necessárias para impulsionar o agronegócio, o fracking e a megamineração.

Não podemos confiar nessas outras forças, pois ou são negacionistas com as mudanças climáticas, como é o caso da extrema-direita bolsonarista “liberfacho” de Milei e Espert, ou não as negam, mas lidam com elas com políticas ineficazes. O governo nacional peronista quer se pintar de verde, dizendo sim à Lei de Zonas Úmidas, projeto de lei que visa proteger as zonas pantanosas contra a especulação imobiliária, apresentado pela FIT-U. No entanto, na COP 26 seus ministros dizem que o agronegócio não é o problema, mas parte da solução. Ou mesmo quando impulsionam o fracking e continuam a exploração de hidrocarbonetos apesar das emissões de gases de efeito estufa e seu efeito nefasto nas mudanças climáticas, como em Chubut onde sua coalizão governou à serviço da megamineiração perseguindo lutadores em defesa do meio ambiente. A oposição de direita do Juntos por el Cambio jamais se opõe à essas políticas, e na Cidade de Buenos Aires demonstra o pouco respeito pelas zonas pantanosas e quer avançar sobre elas sem pudor com os negócios imobiliários.

Já a FIT-U quer conquistar bancadas para continuar a apresentar projetos como a Lei de Zonas Úmidas, ou os projetos de restauração ambiental. Porém, sua principal aspiração é a de colocar essas bancadas como um palanque a serviço da mobilização operária e popular, e por isso está sempre em todas as lutas da juventude, do movimento ambiental e operário, apontando que a destruição do meio ambiente é parte do funcionamento do próprio sistema capitalista.

Pela sua coerência e presença, ganhou respeito de inúmeros ativistas, como Maristela Svampa e Guilherme Folguera.

A crise global que impõe as mudanças climáticas mostra que não há tempo para perder com falsas alternativas de capitalismo verde. Com as alianças entre trabalhadores e setores oprimidos na luta de classes, um programa operário radical e uma bancada de figuras na província de Buenos Aires, como Nico del Caño; na Cidade de Buenos Aires, com Myriam Bregman; e em Jujuy, com o indigena e lixeiro Alejandro Vilca - todos lutadores históricos em prol do meio ambiente - é possível erguer uma nova alternativa anticapitalista e revolucionária capaz de puxar o freio de mão do desastre capitalista.

Leia também: As perspectivas para as eleições argentinas deste domingo




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