Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estimou que dentre os 67 milhões que receberam a primeira parcela do auxílio emergencial, 38 milhões ficarão sem nenhuma assistência, por não estarem inscritos no Cadastro Único e não terem direito ao Bolsa Família.
terça-feira 6 de outubro de 2020 | Edição do dia
Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo
O estudo dos pesquisadores Lauro Gonzalez, Bruno Barreira e Leonardo José Pereira, a partir de levantamento de dados referentes ao mês de agosto da Pnad Covid-19 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que dentre os 38 milhões de beneficiários, que correspondem a 61% da parcela da população que recebeu o auxílio emergencial, 64% desse total está na informalidade, 64% deles têm renda até R$ 1.254 e 55% delas são em sua maioria pessoas de baixa escolaridade, com no máximo o ensino fundamental.
Sem o auxílio emergencial, de acordo com o estudo, essa população teria registrado uma perda de 12% de sua renda, em relação à renda anterior à pandemia. Com o auxílio, o ganho médio de renda foi de 38%. O setor que mais será afetado com o fim do auxilio são as mulheres que trabalham na informalidade e não inscritas no Cadastro Único, que sem o auxilio a perda de renda teria sido de 20%.
Mesmo com o Brasil registrando uma taxa de desemprego de 13,8% no ultimo trimestre encerrado em julho, ou 13,1 milhões de pessoas, Bolsonaro anunciou no ultimo mês de setembro a redução do auxílio emergencial para R$ 300.
Segundo ele o benefício custa 50 bilhões por mês aos cofres públicos e em 5 meses o governo teria destinado aproximadamente 250 bilhões para o auxílio. Por outro lado, foi destinado, logo no início da pandemia, R$ 1,2 trilhão para os bancos, 4,8 vezes mais do que o total gasto com o auxílio emergencial.