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É Hoje! | 3 motivos para assistir hoje a live de lançamento do livro “Nós mulheres, o proletariado”

Hoje, 17/03, às 18h30 será a live de lançamento do novo livro das Edições Iskra “Nós mulheres, o proletariado”. A live, que será transmitida pelo youtube do Esquerda Diário, contará com a presença de Josefina Martínez, autora do livro, Leticia Parks e Diana Assunção, autoras do prefácio à edição brasileira. Veja aqui 3 motivos para assistir a live de lançamento desse livro - que é uma verdadeira arma para todas as mulheres e para nossa classe.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

quinta-feira 17 de março de 2022 | Edição do dia

O livro Nós Mulheres, o Proletariado, traduzido de ¡No somos esclavas!, foi escrito por Josefina Luzuriaga Martínez, dirigente do grupo internacional de mulheres Pan y Rosas, originalmente publicado em castelhano no Estado Espanhol. A edição em português surge para recuperar histórias de resistência e das lutas pela emancipação das mulheres junto a todos os oprimidos, difundindo-as para todas e todos que se interessam pelo debate sobre mulheres e seu papel decisivo no movimento operário. O livro aborda sobre greves femininas, com debates cruzados por gênero, classe e imigração, mostrando que a história das lutas das mulheres é e sempre foi repleta de lições estratégicas para o proletariado mundial.

1- Frente a guerra na Ucrânia, o grito histórico das mulheres trabalhadoras “Guerra a guerra” continua ecoando

Muitos não sabem, mas as mulheres, organizadas pela revolucionária Clara Zetkin na Terceira Conferência Internacional de Mulheres (1915) em Berna na Suíça, foram o primeiro setor socialista internacional que se posicionou contra a guerra imperialista em curso, a Primeira Guerra Mundial, com seu grito “Guerra a guerra”. As mulheres, que cada vez mais compunham o proletariado mundial, sendo naquele momento incorporadas massivamente à produção - ainda que de maneira extremamente precária -, constituíram uma potência que se tornou um tremor aos capitalistas por seu potencial revolucionário.

Elas, para além de enfrentar às jornadas exaustivas de trabalho, ganhando miséria, tinham que cuidar dos lares, dos filhos, da sociedade em geral, elas sentiam na pele de forma muito dura as consequências da guerra, que mostravam o que o capitalismo nos reserva: miséria, barbárie e violência. E não aceitaram isso, pelo contrário, se levantaram com greves, motins, revoltas, paralisações contra toda a miséria que a guerra trazia consigo. E, inclusive, foram a chama de processos revolucionários, como a Revolução Russa de 1917, que se alastraram por todo o mundo no século passado.

Hoje, a guerra na Ucrânia, reatualiza o momento que vivemos no capitalismo de crises, guerras e revoluções, e mostra como o capitalismo não foi capaz de resolver toda essa barbárie, e que joga novamente as mulheres e os trabalhadores na miséria, nos fazendo pagar pela crise e pela guerra - exemplo disso é o aumento dos combustíveis, do gás e alimentos. Portanto, nesse momento abrem portas para irmos mais profundamente no questionamento desse sistema, resgatando os fios de continuidade das mulheres e bolcheviques insurretas. Retomar essa discussão, mostra como a luta feminista socialista e internacional pode ser um ponto de apoio para o desencadeamento de processos revolucionários e de embates mais profundos entre as classes, inclusive, sendo capaz de se ligar com os processos internacionais que vemos de luta contra os efeitos da guerra como na Rússia e na Albânia - que poderiam avançar para uma luta decidida de ruptura com esse sistema, se os trabalhadores entram em cena em aliança com os mais oprimidos e com uma política independente. Assim, como é a única luta que pode levar continuar fazendo ecoar o grito de “Guerra a guerra”, e hoje, não à guerra na Ucrânia: fora as tropas russas de Putin, abaixo a OTAN e o rearmamento imperialista! Esse livro nos permite refletir sobre os processos históricos e pensar que estratégia precisamos para hoje.

2- Greves femininas, que continuam sendo nosso DNA, o da luta de classes

O livro trata de inúmeras greves e lutas das mulheres trabalhadoras durante a história, que só reafirma como os que mais sofrem pelo velho, são os que mais bravamente lutam pelo novo - um mundo livre de opressão e exploração. Mostrando como a opressão histórica às mulheres, na realidade, se insere na luta de classes. E como a opressão e a exploração estão diretamente ligadas para superexplorar e massacrar as mulheres trabalhadoras, assim como outros setores oprimidos da sociedade como os negros, lgbtqia+s, a juventude.

Leia o artigo do livro de Letícia Parks: Não somos escravas: rainhas quilombolas, guerreiras armadas e grevistas decididas – relatos de mulheres negras na luta por liberdade

A história nos mostra como a luta das mulheres sempre esteve diretamente ligada os métodos da luta de classes, para além de mostrar qual o horizonte que nossa luta deve ter - o comunismo -, e como as reformas dentro do capitalismo são incapazes de garantir a emancipação da mulher ou garantir até o final nossos mínimos direitos. Como, por exemplo, a igualdade salarial entre homens e mulheres, negros e brancos, ou o aborto legal, seguro e gratuito, dentre muitos outros exemplos. Porém, hoje, em pleno século XXI, tentam nos vender a ideia de que as mulheres supostamente “dominaram o mundo”: são presidentes, dirigem multinacionais, estão em todos os lados. Ou, que conquistamos todos os nossos direitos.

Essa história para boi dormir é a versão dos exploradores e do feminismo liberal: a história real, da luta de classes, é que esses cargos de poder não mudam a condição de opressão e exploração da grande maioria de mulheres e, ainda que queiram cooptar nossa luta apresentando um “capitalismo feminista”, “mais rosa”, a verdade é que nunca sofremos tanto com essas condições de miséria e precarização. Nossa luta não é com as mulheres burguesas, que historicamente se apoiaram na burguesia nacional e traíram a luta de classes internacional. Continuamos hoje ocupando os postos mais precários de trabalho, somos nós que estivemos massivamente na linha de frente no combate à pandemia, e sofremos mais com os impactos da crise e da guerra, assim como com a política do governos capitalistas, e com a extrema-direita de Bolsonaro e Mourão no Brasil. E, ao lado dos trabalhadores homens e setores mais oprimidos, somos nós que fazemos a roda da história girar e podemos mudá-la. Essa é a unidade que precisamos.

Leia o prefácio do livro: Prefácio do livro “Nós mulheres, o proletariado”

3- O patriarcado não vai cair sozinho a gente vai ter que derrubar em todo mundo junto com o capitalismo!

Assim, para acabar com toda forma de opressão é necessário acabar com a sociedade de classes, a partir da luta da classe trabalhadora, uma maioria feminina, e em aliança com os mais oprimidos. O casamento bem sucedido entre o capitalismo e o patriarcado, ainda que esse seja anterior ao capitalismo, assim como o racismo, permite a manutenção de todas as formas de opressões, para além de gerar um lucro absurdo para os capitalistas.

É, nesse sentido, que nós do Pão e Rosas lutamos por um feminismo socialista e revolucionário nos diversos países que estamos, entendendo que nossa luta só pode triunfar se lutarmos pela revolução socialista internacional. É por esse feminismo e pelo legado histórico de luta das mulheres trabalhadoras - que está expresso no livro com lindas ilustrações -, que também damos a batalha em cada país que estamos, em cada local de trabalho e estudo. Aqui no Brasil travamos a luta contra essa extrema-direita que odeia as mulheres de Bolsonaro, Mourão, Damares, mas também contra todo o regime do golpe institucional de 2016 que só aprofundou os ataques à classe trabalhadora e às mulheres. Assim como, contra seus atores (Congresso, STF, direita, etc) que estão de braços dados com Bolsonaro quando o assunto é nos atacar.

Por isso, no 8M, saímos às ruas na luta por uma política independente da nossa classe, repudiando a guerra, pela revogação das reformas e pelo aborto legal, seguro e gratuito. Sabemos que isso só pode ser conquistado se nos organizarmos pela base e lutarmos nas ruas, não podemos confiar nas saídas por dentro desse Estado burguês e instituições que nos atacam. O livro também nos mostra como nossa luta hoje não pode ser vendida para essa direita neoliberal machista e para os capitalistas. Os movimentos de mulheres, e a esquerda não pode se adaptar à política, que chega ser cômica, do Lula e do PT, que abraçam Alckmin e as Igrejas Evangélicas que querem mandar e nossos corpos, isso nunca garantirá nossa emancipação.

Nossas aspirações nunca couberam dentro do capitalismo. Queremos a libertação da humanidade e das mulheres sob as amarras do capital, a liberdade de gênero e sexualidade. Queremos a liberdade da exploração do trabalho e da dupla jornada, o trabalho doméstico que nos aprisiona dentro de casa e na família monogâmica, nunca nos deixará desenvolver o pleno amor. Queremos direito ao nosso próprio corpo, direito às coisas materiais para nossa sobrevivência, a revogação das reformas neoliberais, enfim, o direito ao Pão, mas também às Rosas. E, esse é caminho que buscamos trilhar com o feminismo marxista revolucionário, e esse livro faz parte dele, que tem um só horizonte possível: o da revolução socialista.

Leia mais: Por que as mulheres devem lutar pelo socialismo?

  •  Estamos na reta final da campanha de pré-venda. Contribua com esse incrível projeto: www.catarse.me/nosmulheresoproletariado

    Fica o convite para a live de hoje! Às 18h30, não vai perder né?

    ASSISTA AQUI:




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