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UFRN | 29M: Ciências Sociais UFRN vota ir às ruas por "Trabalhadores e Estudantes unidos! Fora Bolsonaro e Mourão!"

Na quinta-feira, 27, ocorreu a primeira assembleia dos estudantes de Ciências Sociais desse ano. Organizada principalmente por ingressantes, reuniu dezenas de estudantes para organizar o curso rumo ao ato do dia 29 de Maio contra os cortes nas universidades e institutos federais e o governo Bolsonaro.

sábado 29 de maio de 2021 | Edição do dia

Após a abertura da assembleia foram muitas intervenções principalmente dos ingressantes, tanto por voz quanto no chat, sobre a situação dos cortes na educação e sua relação com os ataques ao conjunto da população. Em primeiro lugar, a política genocida de Bolsonaro perante a pandemia, mas também a reforma administrativa e as privatizações encabeçadas pelo seu governo junto com o Centrão, os militares, com apoio do STF, que discute facilitar as demissões em massa.

Nesse sentido, foi muito forte o conteúdo de defesa da unidade entre a juventude e os trabalhadores para barrar o conjunto dos ataques. Tanto que foi aprovada para faixa assinada pelo curso no ato com o mote "Trabalhadores e Estudantes unidos! Fora Bolsonaro e Mourão!"

Além disso, foi aprovada uma moção em solidariedade a Pablo Henrique, metroviário preso pela PM em Belo Horizonte durante uma mobilização da categoria.

Também aprovaram uma moção de exigência a CUT, CTB e UNE que unifiquem a luta dos estudantes e trabalhadores a partir de um plano de lutas que comece nesse dia 29. E por fim, foi aprovada uma moção chamando à continuidade da auto-organização enquanto curso para participar dos atos nacionais contra o governo.

Uma assembleia que expressou um amplo e democrático debate, com liberdade para diferentes posições políticas e propostas serem apresentadas e votadas. Um espaço que fortalece os métodos de auto-organização na Ciências Sociais que batalha para recuperar seu centro acadêmico, ferramenta urgente e necessária para renovar o movimento estudantil do curso e da UFRN.

Chamamos todos, todas e todes estudantes e trabalhadores a se somarem ao bloco da Ciências Sociais UFRN, com o mote aprovado em assembleia, “Trabalhadores e Estudantes unidos! Fora Bolsonaro e Mourão”. Nos concentraremos as 14h00 na esquina do IFRN Central com a Av Nevaldo Rocha (antiga Av Bernardo Vieira).

A defesa da Faísca de uma política independente dos estudantes e trabalhadores contra Bolsonaro e todo o regime do golpe

Nós do Esquerda Diário, junto à juventude Faísca, construímos e participamos dessa assembleia expressando que a unidade entre trabalhadores e estudantes não pode ficar restrita ao objetivo de pressionar a CPI da COVID. Dissemos que por mais que escancare a política genocida de Bolsonaro, não passa de um teatro para limpar a cara dos demais atores golpistas desse regime, responsáveis por Bolsonaro e, assim como os governadores, pela grave situação da pandemia. Além disso, é funcional à política do impeachment, defendida por organizações como a Correnteza, presente na assembleia, que para nós significa defender Mourão na presidência.

Hoje, o impeachment apenas fortalece a estratégia do PT de desgaste eleitoral de Bolsonaro, através da CPI, para então dizer que é em uma Frente Ampla em 2022 com golpistas e capitalistas, inimigos da juventude e dos trabalhadores, que Bolsonaro e a extrema-direita vão ser derrotados. Uma estratégia que quer salvar o regime do golpe, suas reformas e ataques, e governar com aval dos golpistas, garantida pela passividade dos sindicatos e entidades dirigidos pelo PT e PCdoB.

Os militantes da Correnteza votaram contra a moção de exigência à UNE, CUT e CTB por um plano de luta construído pela base, seguindo a linha que haviam expresso em outras assembleias, como na UFABC, onde se recusaram a votar a moção. Afirmam que uma exigência como esta vai contra a unidade com entidades que supostamente constroem uma agenda nacional de lutas. Mas além do PT, seus coletivos de juventude, não estarem chamando o ato no dia 29, defendendo esperar 2022, seus sindicatos chamaram um ato no dia 26 escancarando que não querem unidade nenhuma entre trabalhadores e estudantes.

Nós da Faísca acreditamos que a unidade precisa se dar urgentemente pela base, com espaços de auto-organização com direito à voz e voto para que cada estudante e trabalhador possa ser parte ativa de definir os rumos da própria luta e não ficar submetido a direções que convocam dias de luta separados, e fazem no máximo lives com reitorias, como a UJS (PCdoB) da Unifesp, e não constroem assembleias nos sindicatos.

As divergências também se expressaram frente à proposta da Faísca de moção de solidariedade aos servidores públicos de Belém (PA), aprovada no CACH-UNICAMP (Centro Acadêmico de Ciências Humanas), que estão em luta contra o congelamento de seus salários que já dura cinco anos e os força a sobreviver com R$ 850,00 mensais, e contra a reforma da previdência de Edmilson Rodrigues (PSOL).

A mobilização dos servidores de Belém já impôs a suspensão temporária da Reforma da Previdência e outras concessões, ainda que não respondem às suas demandas urgentes. Os militantes da Correnteza votaram contrários também a esta moção, afirmando que se tratava de uma questão que deveria ser resolvida em Belém, quando mal restavam estudantes na assembleia.

Veja também: Servidores impõem suspensão temporária da reforma da previdência de Edmilson-PSOL em Belém

Nós da Faísca acreditamos que não existem fronteiras no que diz respeito à solidariedade com trabalhadores e setores oprimidos em luta contra uma prefeitura na qual a UP foi parte da coligação eleitoral, organização que impulsiona a Correnteza.

Defendemos que com as mulheres, negros e negras e LGBTs na linha de frente dessa unidade, é necessário fazer como na Colômbia, no Chile, e se enfrentar contra Bolsonaro, mas também todos os atores golpistas desse regime, como Centrão, STF e os militares, para dar uma saída independente para a pandemia e a crise. O que para nós significa defender uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para trocar não só os jogadores, mas todas as regras do jogo, e inverter as prioridades e revogar cada reforma e privatização para fazer os capitalistas pagarem pela crise.




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