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MÉXICO | 20J: todos às ruas para não ser uma estrela a mais da bandeira ianque

Sergio Moissen, professor da UNAM e ex-candidato à Assembleia Constituinte da Cidade do México pela Plataforma Anticapitalista impulsionada pelo Movimento dos Trabalhadores Socialistas (MTS), juntamente com Sulem Estrada, professora do ensino médio e referente do agrupamento magisterial e normalista Nossa Classe, explicam por que marcharão neste 20 de janeiro contra Donald Trump.

quinta-feira 19 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Eles são jovens. Vivazes e enérgicos. Eles têm dado muito o que falar desde 2016, quando fizeram história com a sua candidatura à Assembleia Constituinte da Cidade do México, após 25 anos de ausência da esquerda nos processos eleitorais na terra de Villa e Zapata.

Também os vimos participar da luta que protagonizou o magistério contra a reforma da educação, na verdade, um ataque às condições de trabalho das professoras e dos professores que ensinam leitura e escrita para os filhos do povo trabalhador. Eles marcharam com dezenas de milhares de mulheres que se mobilizaram no México em várias ocasiões contra a violência machista. Participam hoje ativamente das assembleias populares e das manifestações que são realizadas contra o gasolinaço.

ED: Entre as resoluções aprovadas pelas quatro assembleias populares da Cidade do México conta-se a mobilização contra Donald Trump nesta sexta-feira, 20 de janeiro, como parte de um dia internacional de protesto contra o novo presidente dos EUA. Por que vocês têm sido parte da organização e promoção da mobilização no México?

Sergio Moissen: Trump implantou várias ameaças e insultos contra os mexicanos. Ele disse que começará imediatamente a construção do muro na fronteira. Ele ameaçou deportações em massa. Apenas veio a público seu triunfo, centenas de ataques racistas e machistas contra as mulheres, contra os trabalhadores e os jovens imigrantes foram registrados. E isso, a todas e todos, nos dá coragem. Este milionário que agora assumirá o poder nos Estados Unidos irá realizar um aprofundamento da intervenção imperialista na América Latina.

Seu gabinete é formado por diretores executivos de corporações transnacionais, como Rex Tillerson, ex-conselheiro da Exxon. E são transnacionais como essa que agora recebem a parte do leão no topo da Pemex e dos campos de petróleo. Uma consequência direta da reforma energética projetada por Hillary Clinton, quando era secretária de Estado no primeiro mandato de Obama. Que também causou o aumento nos preços dos combustíveis para beneficiar as distribuidoras privadas de gasolina. Portanto, acreditamos que temos que ser milhares nas ruas, repudiando Trump e também Peña Nieto.

Sulem Estrada: Nós temos muitas razões para marchar contra o novo governo dos EUA e contra o governo do México, que mantém a subordinação ao imperialismo norte-americano. Para além do sinal político, a administração de Trump radicalizará a política de imigração implementada pelo democrata Barack Obama, que quebrou o recorde de deportações em suas duas presidências, com mais de 2,8 milhões de pessoas expulsas dos Estados Unidos. Com famílias divididas, com condições de trabalho precárias para a classe trabalhadora imigrante e com a violência policial contra a comunidade latina.

Obama foi quem impulsionou uma verdadeira indústria das deportações, da qual agora Trump quer se beneficiar ainda mais. E, como disse Sergio, a reforma energética promovida por Peña Nieto e os democratas é totalmente funcional aos interesses das empresas de petróleo dos EUA que agora estão em negociações com Trump. Enquanto isso, Peña Nieto e seus secretários se encarregam de executar a entrega do país. Por isso, os socialistas do MTS temos impulsionado a marcha da sexta-feira, 20, e estamos nos mobilizando para que possamos ser milhares nas ruas.

ED: Por que vocês consideram que se deve sair em marcha neste 20 de Janeiro?

Sergio Moissen: É essencial que os jovens, as mulheres e os trabalhadores vão às ruas nesta sexta-feira 20, para não se tornarem uma estrela a mais sobre a bandeira norte-americana. Contra Trump e contra Peña Nieto. Contra o muro e as deportações. Contra o machismo e a violência contra mulheres. Contra a reforma energética e o gasolinaço.

Sulem Estrada: O imperialismo norte-americano foi o instigador da militarização do México e da América Central, sob o pretexto da guerra contra o narcotráfico, enquanto proliferavam o tráfico desenfreado de armas e drogas através da fronteira.
Há também agentes americanos que portam armas com total liberdade no nosso país. A partir dos escritórios de Washington se dirigiu a guerra suja que nos custou tantas mortes. Por isso, nós também chamamos a marchar para que se retirem as bases militares e agentes dos EUA de toda a América Latina. Para acabar com a interferência dos EUA na região: Fora Ianques do México e da América Latina!

Tradução: Elaine Maciel




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