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DESEMPREGO | 14 milhões no desemprego: veja como 4 reformas de Temer prometem aumentar este número

terça-feira 2 de maio de 2017 | Edição do dia

Já são mais de 14 milhões os desempregados no Brasil, segundo a PNAD contínua, pesquisa do IBGE sobre emprego mensal e trimestral. Tal pesquisa vem batendo recordes neste indicador em 2017 desde que começou a ser feita em 2015, mas vale a pena ressaltar que o IBGE só leva em conta enquanto população desempregada aqueles que ainda não desistiram de procurar emprego no último período, ou seja, a cifra é muito maior no dado chamado “desemprego ampliado” que inclui semi-empregos ou sub-empregos que passou 24 milhões em fevereiro deste ano.

A crise capitalista é na realidade uma grande máquina de concentrar riqueza nas mãos de minorias donas dos meios de produção, e o que comprova isto é que durante todo 2016, enquanto o desemprego acelerava para chegar nesta marca recorde, 10 mil brasileiros se tornaram milionários, e os que já era milionários seguem arrancando cada vez mais lucro com a exploração dos trabalhadores, como é o exemplo de Jorge Lemann, dono da Ambev, que ganhou quase 500 mil por hora no último ano segundo a Forbes.

Apesar de ficar cada vez mais claro os efeitos da crise capitalista, de concentração de capital e lucro nas mãos de cada vez mais poucos e miséria para a ampla maioria das massas, o governo golpista de Temer, seus “analistas” e conselheiros (no governo ou na Rede Globo) e os defensores de suas reformas no Congresso Nacional insistem em dizer que ataques como a terceirização, a reforma trabalhista ou a reforma da previdência serviriam para aumentar o emprego.

A narrativa tenta convencer aquele trabalhador que não tem tempo de se informar, de que se reduzindo o custo com o operário se multiplicaria os postos de emprego. Mostraremos abaixo alguns motivos de porque funciona exatamente o oposto:

1) Aumento da idade para se aposentar diminui a rotatividade necessária nos postos de trabalho: Além de nos fazer trabalhar até morrer, a reforma da previdência faria na prática que as vagas de emprego permaneçam ocupadas por trabalhadores mais velhos, o que na prática significaria reduzir a rotatividade de trabalho entre aqueles que já deram duro e merecem o descanso, e os jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Em nome de um falso rombo da previdência criados na realidade por empresas que dão o calote, como a Friboi deve 1,8 bilhões ou o Bradesco que deve 550 milhões, a reforma da previdência é para extrair cada vez mais lucro em cima de cada um dos empregados reduzindo radicalmente o gasto com previdência social, ou seja, com a vida do operário.

2) Reforma Trabalhista flexibiliza horas extras para reduzir contratados: Na reforma trabalhista, uma série de artigos trata das horas extras de maneira à flexibilizá-las para, além de expandir a jornada de trabalho para mais de 8 horas, poder com isso reduzir o número de contratações pesando uma jornada ultra-explorada e cansativa em cima de um mesmo empregado. Por exemplo, com dois empregados fazendo uma jornada de 12h, substitui-se o que só era possível produzir por três trabalhadores, ou seja, fechando um posto de trabalho neste caso. Sem contar que a mesma reforma poderá fazer com que se reduza horários de descanso e almoço.

Da mesma forma, o oposto disto que também é uma das propostas da reforma, a contratação por um número menor de horas, ou o pagamento pelo número determinado de horas que o trabalhador cumpriu e não pela jornada de 8h, é uma forma de reduzir drasticamente o número de empregados de qualquer empresa, e com isso também o custo que o patrão tem para produzir, que são exatamente as condições de vida de cada trabalhador.

3) Terceirização irrestrita é a expansão do de formas precarizadas de emprego: o PL 4302, votado no mês passado, entre outras coisas expande a terceirização para qualquer tipo de atividade. Além disso, permite quarteirização, ou “terceirizar a terceirização”, entre outras coisas. É uma forma de expandir o que já existe: o emprego precário ultra-explorado, com contratos de trabalho super flexíveis que em geral permite que os patrões (contratadores ou contratados) se liberem da responsabilidade trabalhista: a empresa empurra para a contratadora, que empurra de volta. Tudo fica na justiça por anos enquanto o trabalhador não recebe pelo serviço prestado e o patrão some com os salários. Com um agravante, que agora com este PL, o pagamento pela justiça só vem depois de esgotado todos recursos em todas instâncias. A terceirização é a forma mais precária de trabalho, ocupada em sua maioria por mulheres negras. No Rio de Janeiro e em diversos locais do pais temos milhares de exemplo de como serviu para que trabalhadores ficassem sem receber, sendo mesmo assim coagidos a ir trabalhar, configurando trabalho escravo. Na prática o PL legaliza e expande estas condições.

4) PEC do teto de gastos que sucateia serviços públicos também afeta os postos de trabalho: a PEC 241 (ou 55) aprovada no início do ano, eleva em outro nível os cortes que vinha sofrendo o serviço público já no governo Dilma. Congelando os gastos em saúde e educação, faz com que não só a precariedade dos serviços se mantenha, mas se aprofunde cada vez mais mantendo um orçamento que já havia sido cortado durante 20 anos. Na prática isto quer dizer acabar com concursos públicos, por exemplo, sendo que sabemos que professores, merendeiras, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, petroleiros, ecetistas, bancários, servidores administrativos e professores de universidades, garis, trabalhadores de diversas empresas públicas, entre diversas outras profissões, já tem um quadro extremamente defasado, muitas vezes se dividindo em múltiplos locais de trabalho como é o caso dos professores, ou ainda tendo seus postos de trabalho flexibilizados à partir da contratação de empresas terceirizadas ou organizações sociais que em geral tem contratos temporários com os trabalhadores em condições precarizadas como descrevemos no ponto anterior.

Por uma resposta dos trabalhadores ao desemprego: que os capitalistas paguem pela crise!

Todas estas condições estão tentando nos impor de um governo que não tem legitimidade e amarga 4% de aprovação, além de acabar de enfrentar forte paralisação nacional dos trabalhadores no 28A. Os representantes das reformas chafurdam em denúncias de corrupção, mas os patrões precisam deles para que aprovem estes ataques.

Para nós tudo isto não importa, queremos é que a crise paguem os capitalistas com seus lucros exorbitantes. Para acabar com o desemprego, a única saída boa para os trabalhadores e o povo pobre é distribuir todas as horas de trabalho pelas mãos e braços dispostos à trabalhar. Por uma jornada de 6 horas, 5 dias por semana, sem redução salarial. Só desta forma daremos alternativa aos 14 milhões de desempregados, que em sua maioria é a juventude e em especial as mulheres e os negros.

Se apoiando na força do que foi o 28 A, os trabalhadores podem oferecer uma alternativa ao povo pobre, os mais 14 milhões de desempregados, e mostrar que nossas vidas não valem os lucros deles! Preparemos uma greve geral para derrubar as reformas e Temer, exigindo de cada sindicato um plano de luta Isto e construindo comitês de base para que tomemos a luta em nossas próprias!




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